terça-feira, 10 de novembro de 2009

Para Priscilla

Olá Priscilla, ando muito sumida, mas graças ao bom Deus os motivos têm sido ótimos. Estou clinicamente bem e não tenho parado para pensar no CA. Para falar a verdade tem meses que não acesso meu Blog. Ainda faço meus exames de controle trimestralmente e tomo meus medicamentos diariamente com muita boa vontade. Meus cabelos estão longos, já penso até em cortá-los um pouco... rsrsrs. Quando terminei a quimio, fiquei bastante inchada, pernas, pés e mãos.
Dr. Amândio na época disse ser normal, que o corpo reagiria e eu não mais reteria água. Isso, aconteceu realmente. Minhas pernas, mãos e pés raramente incham e quando acontece logo passa. acredito que seja por causa também do calor, além da medicação ( tomo tamoxifeno ) .
Desejo que vocês também fiquem bem, não se preocupem, cuide com carinho de sua mãe e tudo se resolverá. Coragem, força e saúde para vocês. Bjs

quinta-feira, 22 de janeiro de 2009

Alguns meses depois.......

Estou viva e bem viva. Em novembro, tive febre alta de repente e muito assustada procurei um Pronto Atendimento. Depois de alguns exames, constatou-se uma infecção pulmonar (pneumonia). Fui rapidamente medicada e voltei a sorrir após 10 dias. Agora em janeiro, retornei às consultas trimestrais com Dr. Marcus e Dra Letícia. Novos exames a vista. Os doutores maravilhosos receberam-me com muito carinho e sempre muito entusiasmados com minha disposição, cumprimentaram pela vitória. Também, elogiaram meus novos cabelos. Rimos todos juntos quando brinquei que carregava uma cabeça de ovelha sobre os ombros. Ao sair da Clínica Oncomed, vi Dr. Amândio de longe e o cumprimentei. Ele acenou e chamou-me para um abraço. Foi como receber uma medalha!

A clínica estava cheia, me surpreendeu a super lotação. Olhei para as mulheres com lenços, perucas e chapéus em suas cabeças e por algumas frações de segundos, reconheci as situações por mim igualmente experimentadas. Sensação estranha, porém libertadora ver o encontro do tempo passado com o tempo presente. Tornei-me expectadora de minhas próprias lembranças e fiquei de fora no umbral, observando-nas. Ali, não me cabia mais estar. Respirei fundo, fechei e abri os olhos. Voei livre, como se tudo que eu vivera não tivesse acontecido, tamanha a distância que guardo das lembranças ruins.

Minha confiança não se abala, sou fiel ao meu propósito, ficar completamente curada e livre de células doentes em meu corpo. Trabalho diariamente minha vontade e incessantemente a minha fé. Que Deus esteja com todos e tenha misericórdia de nossas aflições e sofrimentos.